A primeira e única medalha do Brasil no Mundial de Atletismo deste ano, em Londres, pertence a um brasiliense. Neste domingo (13/8), último dia de competições, Caio Bonfim, 26 anos, conquistou o bronze na prova de 20 quilômetros da marcha atlética. Com o tempo de 1h19m04, além da vitória inédita, Caio estabeleceu um novo recorde brasileiro. O ouro ficou com o colombiano Eider Arévalo e a prata com o russo Sergey Shirobokov.
A prova foi difícil. Segundo a avaliação do próprio atleta, o ritmo estava forte. Na metade da prova, o brasiliense estava em 14º lugar. “Não larguei mal. Todo mundo começa muito junto. É questão de um ou dois metros que diferencia alguma coisa”, contou Caio, em entrevista ao Correio. Diferentemente de um prova de velocidade, controlar o ritmo na prova de 20km da marcha atlética faz parte da estratégia do atleta. “Eu não tive nenhuma recuperação. Marchei constantemente, pensei no ritmo de prova e estava concentrado na parte técnica”, relembra.
A boa prova garantiu ao Brasil a primeira e única medalha no Mundial de Londres e primeira na história da modalidade. Para Caio, a conquista é um símbolo de várias batalhas vencidas. “Não penso em ter sido a única medalha do Brasil neste mundial, mas no significado pessoal que ela tem para mim. São quatro anos batalhando por isso”, ressalta. O resultado ratifica o lugar do Brasil entre os melhores do mundo na modalidade.
Em Londres, o Brasil também teve bons resultado na disputa feminina. Por pouco, Erica Sena não subiu no pódio. Com o tempo de 1h26m59, a pernambucana ficou em quarto e quebrou o próprio recorde sul-americano. “Sei que vem mais pressão e mais responsabilidade por ter feito um bom resultado. É natural ter uma cobrança maior”, analisa o marchador, que se diz preparado para os próximos desafios.
Presente para o pai
O terceiro lugar do pódio, que não foi alcançado por cinco segundos na Rio-2016, veio no quarto Mundial da carreira. O resultado conquistado no Dia dos Pais reforça a relação de Caio com João Sena Bonfim. Além de pai, João é o treinador de Caio. “Meu pai me influenciou bastante. Eu sou literalmente fruto do trabalho dele e muito grato por isso”, conta, orgulhoso. Para ele, poder trabalhar com o pai é uma vantagem. “Tenho treinadores em que eu posso confiar plenamente”. Ano passado, Caio conquistou o quarto lugar da marcha atlética na Rio-2016 dois dias antes do Dia dos Pais, este ano, a medalha veio. “Estou muito feliz em poder dar esta medalha de presente para ele”.