“De 30 e poucos atletas que formaram o grupo em 2012, ficaram só quatro ou cinco, então temos que nos reforçar em quase todas as posições”, resume o técnico Itamar Schulle. Mesmo rebaixado para a Série D do Campeonato Brasileiro, o treinador catarinense de 45 anos foi mantido pelo Santo André para a próxima temporada, mas não se ilude a respeito das condições da equipe para brigar pelo acesso à elite do Paulistão no primeiro semestre.
Com apenas 16 integrantes, incluindo 13 recém-promovidos das categorias de base e apenas três remanescentes do rebaixamento, o grupo se reapresentou na segunda-feira. O excessivo número de jogadores abaixo de 20 anos não incomoda o treinador, acostumado a trabalhar em categorias de base, mas consciente da necessidade de atletas com mais experiência para dar corpo ao grupo.
“Contamos com esse grupo de 16 atletas, mas aguardamos que com o passar dos dias e das semanas a gente consiga reforçar bem esse elenco, porque o grupo hoje é formado 80% pela base, por jogadores em avaliação. Esperamos trazer os reforços que o Santo André precisa e necessita, mas vamos dar chance aos que vieram da base”, relata Itamar Schulle, que comanda seu terceiro clube fora da Região Sul em dez anos de carreira.
Confiante no trabalho de Schulle, Sérgio do Prado é diretor de futebol do Ramalhão e põe fé na ‘maior reformulação da história do clube’: “Ele veio no meio da Série C, quando a equipe já estava em nono, e não conseguiu tirar. Mas a culpa não é dele, ela começa pelo poder público, que tirou o campo da gente. A responsabilidade também é minha e do Claudemir Peixoto, o técnico que formou o elenco. O Itamar ficou porque mostrou qualidades”.
Com o semblante sério, Itamar recebeu o grupo de 16 jogadores às 16 horas (de Brasília), tendo ficado trancado no vestiário durante cerca de uma hora antes de aparecer no estádio Bruno José Daniel, que ainda tem o gramado danificado a dois meses da estreia do Ramalhão na Série A2 do Paulista, quando brigará pelo acesso diante de clubes como Portuguesa, Grêmio-SP, Audax e Ferroviária.
“Quanto mais os jovens aproveitarem as oportunidades, menos serão as peças necessárias para contratar. Eu dei as boas vindas e desejei felicidades a todos, porque oportunidades estão sendo dadas. Isso não é muito comum. Desejamos boa sorte e esperamos que com o passar das semanas eles possam dar o respaldo para se manterem no elenco que o Santo André vai formar para os campeonatos de 2013”, resume Itamar Schulle, conhecedor da crise financeira do clube e da inoperância do governo municipal em promover mudanças ou apoio.
"Tive seis jogos no comando do Santo André em 2012 e esse trabalho foi reconhecido. Isso nos dá alegria e motivação para fazermos um grande 2013 e voltar para onde o clube tem potencial, história e torcida para estar. Essa cidade precisa e merece no mínimo voltar no Paulistão da A1. Vamos trabalhar muito", conclui o treinador responsável pelo "ressurgimento" do Ramalhão a nível nacional.
Na maior reformulação da história do Ramalhão, técnico não se ilude
Gazeta Press
postado em 20/11/2012 14:18