Reeleita presidente da República no domingo, Dilma Rousseff terá de lidar com dois tipos de desafios no meio esportivo, como será normal em qualquer outra área do governo: os novos e os ainda não resolvidos. Assim como a Copa do Mundo esteve no foco no primeiro mandato, os Jogos Olímpicos de 2016 devem roubar a cena.
A inauguração de estádios tomou parte da agenda de Dilma Rousseff em 2013 e 2014: megaeventos seguirão em pauta
Apesar de não ter sido pauta de nenhum presidenciável durante a campanha, o meio esportivo deve seguir com investimento em alta — ainda em função dos grandes eventos sediados no Brasil. Nos quatro anos do primeiro mandato de Dilma, o Ministério do Esporte destinou R$ 6,4 bilhões até agora a seus projetos e a pagamento de pessoal, por exemplo.
Os Jogos de 2016 estão marcados para começar daqui a 647 dias. Entre acertos e erros na preparação, Dilma pôde respirar aliviada com a reeleição de Luiz Fernando Pezão (PMDB) ao governo do Rio. Outro aliado do governo federal é Eduardo Paes (PMDB), esse na instância municipal. “Assim, há mais chance de influência para que as obras ocorram. Já tivemos até atrasos propositais em outras situações”, pontua Paulo Henrique Azevêdo, professor da Universidade de Brasília (UnB) especialista em gestão do esporte. Um dos entraves do Pan do Rio, em 2007, por exemplo, foram divergências entre os entes governamentais.
Ainda que os atrasos nas obras possam pesar no início do segundo mandato de Dilma — o Tribunal de Contas da União (TCU), neste mês, chegou a alertar sobre o ritmo das intervenções no Complexo de Deodoro, que custa R$ 835 milhões ao governo federal —, os megaeventos terão de assegurar a entrada de recursos importantes para o meio esportivo, segundo Azevêdo. “Com a busca do Brasil por sediar esses eventos, o esporte passou a receber recursos a mais. O que não sabemos é o que vai acontecer quando isso parar”, comenta.
Como principal política para o alto rendimento, o Bolsa Atleta e o Bolsa Pódio devem seguir como linha de frente do governo. Em seu programa de governo para o esporte, Dilma reconheceu os Jogos do Rio como seu principal desafio e sinalizou que continuará o diálogo com clubes e atletas, como tem feito a respeito da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, em análise na Câmara. O projeto prevê a renegociação das dívidas das equipes de futebol.