Sobraram emoções, mas detalhes básicos impediram que a torcida festejasse uma tão esperada vitória do Universo/Brasília, nesta terça-feira (15/1), no Ginásio da Asceb. Diante do Mogi das Cruzes, os donos da casa abusaram das falhas defensivas e dos erros de ataque em lances decisivos, permitindo o triunfo da equipe visitante por 76 x 80. Com o resultado, o time brasiliense se consolida cada vez mais na última posição do Novo Basquete Brasil (NBB), tornando a ameaça de rebaixamento ainda mais real.
O técnico André Germano tentou impor mais força defensiva ao Universo/Brasília, aumentando a estatura no garrafão, deixando jogadores como Marcelão, Rodrigo e Andrezão por mais tempo em quadra. O objetivo era claramente obter o controle dos rebotes defensivos, uma das principais deficiências da equipe. A tática funcionou em parte, o time exibiu nítida evolução, mas ainda assim pecou em momentos cruciais, como quando permitia a pontuação dos rivais e cometia faltas nos mesmos lances, presenteando o adversário com lance-livre de bonificação. A marcação dobrada mais próxima à cesta também abriu espaços para os tiros de longa distância bem aproveitados pelos paulistas. Dessa forma, no fim do primeiro quarto, os donos da casa perdiam por 18 x 28.
O Universo/Brasília voltou melhor no segundo quarto. Mais eficiente no ataque e concentrado na defesa, reduziu a desvantagem para o Mogi das Cruzes. Chegou a liderar o placar por algum tempo, embalado por arremessos de três pontos convertidos por Rafa Moreira e Graterol. Cada minuto era valorizado pelos treinadores André Germano e Guerrinha, que não economizaram nos pedidos de tempos técnicos para orientar as equipes. No fim do período, os paulistas se mantinham à frente, mas com menor folga: 40 x 43.
No terceiro quarto, o Universo/Brasília viveu o momento mais promissor na partida e deu esperança à torcida de celebrar uma saudosa vitória. Os dois times mostraram tensão e permitiram que o cronômetro estourasse em ao menos dois ataques. Na contramão desse nervosismo, os alas Arthur e Zach Graham, cestinhas do jogo com 24 e 22 pontos, respectivamente, foram decisivos para que a equipe brasiliense virasse a partida e fosse para o período decisivo com a incrível vantagem de 63 x 55.
Decisão em cinco segundos
No início da última parcial, o Mogi das Cruzes voltou ligado e fez 5 x 0 nos primeiros lances. O pivô JP Batista, que estava um tanto apagado no jogo, apareceu com mais liberdade após a saída de Graterol, que o marcava, mas se machucou. As equipes se revezaram na liderança do placar, com diferença máxima de três pontos. Restando quatro minutos para o fim, Brasília cedeu um rebote e permitiu o empate. Na sequência, Deodato executou uma bela enterrada e silenciou o ginásio para virar o marcador: 72 x 74.
A tensão reinava em quadra. O time brasiliense forçava jogadas e desperdiçava seguidos ataques. Graterol voltou mancando, mas ainda contribuiu, finalizando o jogo com 11 pontos, quatro rebotes e duas bolas roubadas. Quando o placar marcava 76 x 76, os dois times trocaram falhas bizarras nas finalizações. Zach Graham, por exemplo, arriscou um arremesso insano de três pontos e errou. A cinco segundos do fim, brilhou a estrela do norte-americano Shamell, maior pontuador da história do NBB, que acertou dois lances livres e recuperou uma bola decisiva quando o Universo/Brasília buscava o empate. Por fim, vitória paulista por 76 x 80. A equipe da capital volta à ação na próxima terça-feira (22/1), contra o Bauru, em São Paulo.