Nádia Medeiros - Correio Braziliense
17/11/2011 08:36
Quem são eles
Nome: Ronaldo Pinheiro
Machado de Souza
Data de nascimento: 27/12/1976
Local: Rio de Janeiro (RJ)
Peso: 100kg
Altura: 1,86m
Classe: 2
Principais títulos:
» Ouro no Parapan-Americano na Venezuela (2009)
» Bronze por equipe no Open da Hungria (2011)
Nome: Iranildo Conceição Espíndola
Data de nascimento: 24/1/1969
Local: Novo Gama (GO)
Peso: 78kg
Altura: 1,78m
Classe: 2
Principais títulos:
» Prata individual e bronze por equipe no World IWAS Games
» Ouro individual e por equipe no Parapan-Americano Parapan em Brasília (2003)
» Ouro individual e prata por equipe no Parapan-Americano de Mar Del Plata (2005)
» Ouro individual e por equipe no Parapan-Americano do Rio (2007)
» Bronze individual e ouro por equipe no Parapan-Americano da Venezuela (2009)
Guadalajara (México) – Das 18 medalhas conquistadas pelo Brasil no tênis de mesa (categoria individual) no Parapan de Guadalajara, duas foram frutos da habilidade de dois candangos: Iranildo Espíndola e Ronaldo de Souza. A dupla se encontrou na final realizada na terça à noite na cidade mexicana e quem levou a melhor foi Espíndola, que venceu por 3 x 2 e faturou o ouro após uma acirrada disputa na classe C2 (cadeirantes). Com as medalhas dourada e prateada garantidas, o pódio de Iranildo e Ronaldo só não foi completamente candango porque Guilherme Costa, o outro competidor de Brasília, perdeu a disputa de bronze para o cubano Yunier Fernandez (caiu por 3 x 0).
Representantes da capital no tênis de mesa paraolímpico, Iranildo, Ronaldo e Guilherme têm muita coisa em comum. Os três, que nasceram em Brasília, moram há muito tempo na capital, treinam na cidade e se consideram candangos de coração.
O esporte paraolímpico entrou na vida do trio após eles sofrerem acidentes e ficarem tetraplégicos. Iranildo chegou a jogar futebol profissional antes de, em 1995, dar um mergulho no mar, bater a cabeça e perder os movimentos das pernas. Ronaldo também já era do mundo esportivo antes de seu acidente. Ele praticava triatlo e, durante um treinamento de ciclismo, acabou sendo atropelado e sofrendo sequelas que o levaram para a cadeira de rodas. Guilherme jogava futebol e queria ser profissional. Mas foi atingido em 2006 por um carro em alta velocidade enquanto atravessava uma rua no Parque da Cidade e teve que mudar seus objetivos.
“O tênis de mesa começou comigo em Brasília. Antes, era só eu. Mas, aí, fui crescendo no cenário nacional e foram aparecendo mais atletas na cidade”, diz Iranildo, orgulhoso por ter aberto a porta para outros atletas. “Nossa estrutura melhorou e, hoje, temos competidores de alto nível que podem representar Brasília e o Brasil nas competições”, comentou Iranildo, o mais experiente dos três e que pratica a modalidade há quase 15 anos.
Com a vitória no Parapan, Iranildo conquistou a vaga para as Paraolimpídas de Londres-2012. “Será a minha terceira (paraolimpíadas). A sensação é de dever cumprido. Só a gente sabe o que passa no treinamento. Estava com uma lesão séria no cotovelo, mas consegui recuperar e ganhar o ouro aqui. É uma vitória muito importante”, comemorou.
Apesar de ser um dos mais velhos, Iranildo, 42 anos, garante que vai continuar jogando por muito tempo. “Meus amigos brincam dizendo que estou velho, que tenho que me aposentar. Mas pode ter certeza de que estarei nas Olímpiadas do Rio, em 2016”, afirma.
*A repórter viajou a convite do
Comitê Paraolímpico Brasileiro
Quem é ele
Nome: Guilherme Marcião Costa
Data de nascimento: 20/12/1991
Local: Manaus (AM)
Peso: 75kg
Altura: 1,90m
Classe: 2
Principais títulos:
» Prata no Parapan-Americano Juvenil da Colômbia (2009)
» Prata por equipes no Brasil Open (2011)
» Bronze individual e prata por equipe na Copa Costa Rica (2011)
» Ouro por equipe no US Open (2011)
Nervosismo prejudicou
Bem menos experientes que Iranildo, Ronaldo, que começou no tênis de mesa em 2009, e Guilherme, que passou a jogar a partir de 2008, comentaram que o nervosismo prejudicou os dois. “Eu e Iranildo somos parceiros de treino e nos encontramos algumas vezes em finais. Ele levou a melhor na maioria. Para mim, ainda falta um pouco de atitude na hora do ponto decisivo”, confessou Guilherme.
O jogador também disse ter sentido a estreia em um Parapan-Americano, mas afirmou ter saído contente, apesar do quarto lugar. “A gente acaba sentindo nervosismo por ser a primeira vez em uma competição desse porte. Mas sou novo e no próximo sei que posso ir melhor”, disse, resignado, o atleta, de 19 anos. Com o fim das competições individuais, o tênis de mesa começou ontem os jogos por equipe. As finais serão realizadas hoje.
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