Essa será a sua terceira passagem como técnico do Brasiliense. Qual a sua projeção de trabalho para a temporada do ano que vem?
Depois da minha saída em 2010, eu continuei acompanhando o Brasiliense a distância e vi a decadência muito grande do time até chegar a ficar sem Série. O meu retorno agora é justamente para resgatar o clube, pois um time como o Brasiliense não merece estar na situação que se encontra hoje. Vim para fazer uma reformulação e renovação total ao time, para que o Brasiliense venha a dar orgulho ao torcedor e o futebol de Brasília necessita de um time competitivo em todas as divisões. Fizemos um projeto para em três anos o Brasiliense estar novamente na Série A do Campeonato Brasileiro. Então, esse é o desafio que eu me propus a fazer aqui e espero realmente fazer o Brasiliense voltar a ser um time muito forte já começando agora para esse ano de 2020, ano que o Brasiliense completa 20 anos. Para esse aniversário, nós queremos não apenas a hegemonia do futebol de Brasília, mas fazer com que o Brasiliense suba para a série C e sucessivamente até chegar a A.
O Brasiliense é o time de maior investimento do DF e está há duas temporadas sem conquistar um título. Você entra pressionado para conseguir resultados?
Pelo contrário, acho que a minha vinda ao Brasiliense é justamente para tirar a carga dos jogadores, até pela experiência que eu tenho dentro do futebol, a gente sabe que pode fazer um trabalho aqui que realmente possa resgatar a identidade do Brasiliense, que sempre foi uma equipe vitoriosa e deslumbrou no futebol brasileiro na década de 2000 até 2005. Em cinco anos, o Brasiliense saiu de um time que deu os seus primeiros passos dentro do cenário futebolístico até chegar à elite do futebol brasileiro. Com a mesma velocidade que ele chegou a elite, ele também voltou praticamente ao fundo, para começar tudo do zero. A escolha por mim para fazer esse trabalho é muito pelo meu currículo no futebol. Tenho uma história vencedora no futebol. Que eu possa resgatar a história do Brasiliense de 2020 o aniversário com muitos títulos para o torcedor de Brasília.
O atual campeão da Série D, o Brusque, tem um elenco com a média de idade de 25,7 anos. O Brasiliense por sua vez tem um plantel com a média de 29,5 anos. Para ter sucesso na quarta divisão, será necessário o rejuvenescimento do time?
O Brasiliense precisa ser uma equipe competitiva e o futebol hoje requer uma condição física muito grande para isso. Dentro do objetivo que nós temos para ser uma equipe competitiva é que o próprio clube hoje precisa de uma renovação. Nós temos já em mente de pelo menos 70% do Brasiliense deverá ser uma equipe renovada para o ano que vem. Aqui tem muitos jogadores defendem o Brasiliense há dois ou três anos e o Brasiliense precisa ganhar alguma coisa no ano de seu aniversário.
Na minha primeira passagem (em 2004), tínhamos um time muito bom, sem muitos jogadores conhecidos. Quando o Brasiliense entrou em uma linha de trazer medalhões, atletas que estavam finalizando a carreira, isso provocou uma queda de rendimento na história do time. É lógico que tem que ter uma mescla de idade sempre - o futebol necessita de jogadores experientes - mas nós não precisamos ter uma equipe com idade muito avançada. Por isso, a gente vai tentar diminuir a idade do Brasiliense para ter uma equipe competitiva.
A diretoria do Jacaré vai dar respaldo para essa renovação?
Existe o respaldo e vamos buscar fazer gradativamente e, para o final deste ano, o torcedor e a imprensa vão ver novidades grandes dentro da equipe do Brasiliense. Temos alguns nome a vista e vamos trabalhar nesse mês e é um mês de avaliação, vamos ter um recesso e voltamos em meados de novembro. Aí, já voltamos com novidades para 2020.
O clube renovou com o volante Radamés e o zagueiro Preto Costa, jogadores pouco utilizados na última temporada. Você participou dessa decisão e qual será o critério a continuidade dos atletas?
Não participei do processo de renovação de jogadores. Até a minha chegada aqui, eu não conversei sobre dispensa e nem renovação de jogadores. Eu ainda não sei o critério que foi utilizado, mas nós teremos critério aqui dentro. Os jogadores permanecerão no Brasiliense pela produtividade deles, porque o treinador permanece no clube por aquilo que ele tá produzindo. Se ele não tá produzindo fatalmente a primeira cabeça que rola é a dele. Então, eu também quero ter uma equipe que produza. Queremos montar no Brasiliense uma equipe sem vaidade pessoal. Eu não quero jogadores que “Ah, no passado fulano foi bom demais.
Hoje o Brasiliense está sem calendário. Porque a reapresentação do elenco foi já em setembro?
A minha vinda em setembro é para avaliar quem deve continuar no grupo. A gente não conhece alguns jogadores. Então, estamos realizando uma inter temporada com treinos de alta intensidade e três amistosos até o mês de outubro, para ver quais jogadores têm condições de permanecer no Brasiliense. Mas a renovação no Brasiliense é fato e vai acontecer para que se torne uma equipe competitiva não só para o futebol de Brasília.
Você falou que os principais objetivos são a conquista do estadual e o acesso à Série C. E as outras competições que o time disputa em 2020?
O Brasiliense vai disputar quatro competições. Nós não queremos sair na primeira fase da Copa do Brasil. Queremos o possível estender para que a equipe chegue o mais distante na Copa do Brasil. A Copa Verde temos condições de disputar por igualdade com as outras equipes. O Brasiliense saiu muito cedo neste ano e queremos uma Copa Verde com igualdade. Então vamos procurar fazer com que o Brasiliense seja bem forte neste ano.
Você conseguiu acompanhar o desempenho do Jacaré neste ano ?
Não, algumas notícias do Brasiliense a gente pegou, mas as notícias são poucas do futebol de Brasília e com justiça porque realmente o futebol de Brasília não está merecendo destaque da mídia. Mas temos que fazer com que o Brasiliense vire notícia não só dentro de Brasília, mas também em âmbito nacional pelo lado positivo.
*Estagiária sob a supervisão de Fernando Brito