Futebol Nacional

Polícia investiga estupro e diz que jogador Daniel era conhecido da filha

Meia, ex-São Paulo e Botafogo, foi morto e mutilado no último sábado (27/10). Família acusada pelo crime foi presa

postado em 01/11/2018 15:44 / atualizado em 01/11/2018 15:52

Reprodução/Instagram

A Polícia Civil do Paraná tenta identificar mais três pessoas que teriam participado do assassinato do meia Daniel Corrêa, de 24 anos, no último sábado (27/10). As investigações também buscam saber se o jogador tentou estuprar a mulher do acusado, como alega a defesa da família acusada pelo crime.

Nesta quinta-feira (1°/11), o comerciante Edison Britis Júnior, de 37 anos, e a filha dele, Allana Britis, 18, foram presos pelo crime. A mulher de Edison, Cristiana Britis, 38, já tinha sido detida na quarta-feira (31/10). De acordo com o delegado-titular de São José dos Pinhais (PR), Amadeu Trevisan, Daniel chegou a Curitiba, na sexta-feira (26/10), para ir ao aniversário de Allana, a quem já conhecia e já tinha participado da última festa do ano passado. 

Após a boate, diz o delegado, 11 pessoas seguiram para a casa da família e continuaram a consumir bastante bebida alcoólica. Na residência, Daniel começou a enviar mensagens para um amigo. "Estou nessa casa, entrosei na balada e vim. Posso dormir aqui, tem várias 'mina' espalhadas", disse o jogador. Em seguida, ele diz ao amigo que pretende ter uma relação sexual com a mãe da aniversariante. 

São Paulo/Divulgação
Minutos depois, Daniel afirma que teve a relação sexual e mandou uma foto com a mulher dormindo ao lado dele na cama. Ao amanhecer, por volta de 8h de sábado (27/10), Edison Britis flagrou Daniel na cama ao lado de Cristiana e teria 'surtado'. Com a ajuda de outros suspeitos, ele espancou o jogador até ele ficar desacordado. Em seguida, Daniel foi jogado no porta-mala do carro.

No local onde o corpo foi encontrado, na Estrada do Mergulhão, área rural de São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, a vítima teve o pescoço seccionado e o órgão genital decapitado, segundo o delegado.

Amadeu Trevisan afirma que a tentativa de estupro cometida por Daniel, como alegou mais cedo a defesa ao Correio, ainda precisa ser esclarecida. "Não sabemos se houve tentativa de estupro ou se a vítima só deitou ao lado da cama. Mesmo que tenha havido uma tentativa de estupro, a reação foi totalmente desproporcional", afirma.

O delegado ainda questiona que mesmo tenha havido o estupro, como que ele poderia agir dessa forma. "O crime não foi planejado, mas ele (Daniel) não tinha como reagir. Foi um exagero e excesso. Ele, com certeza, foi torturado. Foi um crime cruel e desnecessário", diz.

A Polícia ainda quer saber qual a participação de mãe e filha no crime. Na manhã desta quinta-feira (1°/11), uma perícia foi feita na casa do acusado e outra será feita agora à tarde. A prisão dos acusados é válida por 30 dias. O Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Paraná (CBPMPR) ainda busca a arma usada no crime. De acordo com o delegado, ela teria sido jogada em um riacho nas proximidades onde o corpo do jogador foi encontrado.
 
Na segunda-feira (29/10), um primo de Daniel foi até o IML identificar e transferir o corpo do jogador até Conselheiro Lafaiete (MG), onde a mãe do jogador mora. O velório, ocorrido nessa quarta-feira (31/10), foi aberto ao público, já o sepultamento ficou reservado a familiares. Por respeito à memória do atleta, a família pediu que não fosse feito compartilhamento das fotos do jogador morto que circulam nas redes sociais.

*Estagiário sob a supervisão de Roberto Fonseca