Dispensado pelo São Paulo no começo de outubro por “problemas pessoais”, o brasiliense Régis escolheu a casa dos pais, em Samambaia Sul, para lutar contra as drogas e se restabelecer pessoalmente antes de voltar aos gramados. Na sala em que recebeu a reportagem, as fotos e lembranças dos clubes por onde passou entregam a paixão do jogador nascido em Ceilândia. Embora tenha recebido convites de algumas equipes, o lateral-direito de 29 anos deve retornar ao futebol profissional apenas em janeiro de 2019, e não descarta o Brasiliense como futura casa.
Régis não se considera dependente químico, mas revelou conselhos do ex jogador e comentarista Walter Casagrande Júnior sobre os próximos passos da recuperação. O ídolo do Corinthians luta contra o vício das drogas, assim como Jobson, atacante do Brasiliense, com quem Régis treinou 15 dias após a rescisão com o tricolor. No que depender da vontade do ex-atacante do Botafogo, o lateral vestirá amarelo na próxima temporada.
O filho Cauã, de sete anos, também mora em Samambaia, numa rua próxima de onde residem a dona Ademir e o Seu Orlando, pais do jogador. O garoto vive com a mãe, momentaneamente separada de Régis. Ao Correio, ele também contou sobre o apoio dos familiares, a detenção no mês passado na capital, fé, e planos para o futuro, que incluem atuar no Flamengo e em algum clube do exterior.
Régis não se considera dependente químico, mas revelou conselhos do ex jogador e comentarista Walter Casagrande Júnior sobre os próximos passos da recuperação. O ídolo do Corinthians luta contra o vício das drogas, assim como Jobson, atacante do Brasiliense, com quem Régis treinou 15 dias após a rescisão com o tricolor. No que depender da vontade do ex-atacante do Botafogo, o lateral vestirá amarelo na próxima temporada.
O filho Cauã, de sete anos, também mora em Samambaia, numa rua próxima de onde residem a dona Ademir e o Seu Orlando, pais do jogador. O garoto vive com a mãe, momentaneamente separada de Régis. Ao Correio, ele também contou sobre o apoio dos familiares, a detenção no mês passado na capital, fé, e planos para o futuro, que incluem atuar no Flamengo e em algum clube do exterior.
Como está o Régis hoje?
Pensando em cuidar mais da parte pessoal. Quando saí do São Paulo, o calendário se fechou para mim. Estou procurando melhorar pessoalmente, estar com a minha família, para poder voltar o quanto antes ao futebol.
Em entrevista recente à ESPN, você disse que não se considera um dependente químico. Por quê?
Como que eu posso dizer? Existe a doença e eu tenho. Mas, no meu caso, é uma situação contornável, nada fora do que eu possa suportar. É uma situação que eu controlo. Não posso garantir como estarei daqui a um ano, pois é dia após dia, é algo ligado às emoções, sou um cara muito emotivo.
Está se tratando?
Estou me cuidando, quero tomar um novo caminho. Faço acompanhamento psicológico, psiquiátrico, tomo remédio. Tudo isso bancado por mim. Sou evangélico, gosto de música (aponta para o violão no canto da sala).
Está mantendo a forma física?
Na medida do possível. Fiz um treino com o Jobson, no Brasiliense. Às vezes, faço um trabalho na academia, mas nada que seja considerado uma rotina. Em janeiro, quero estar de volta de vez.
E neste momento? Tem recebido muita ajuda dos familiares?
Estou com meus pais, ficando na casa deles, perto da minha família, do meu irmão. É o meu refúgio, tenho todo o apoio que preciso aqui, fico bastante tranquilo. Também tem meu filho Cauã, que mora aqui do lado. É um momento muito importante para mim.
Em 15 de outubro, você foi detido por perturbação da tranquilidade, ameaça e violação de domicílio.
Foi apenas um desentendimento. Falaram que eu tentei invadir uma casa, mas o apartamento é meu. Era um momento de confraternização. Houve um episódio em que eu bati na porta da vizinha, e ela achou que eu estava tentando entrar lá, mas não aconteceu nada disso. Estou tranquilo em relação a isso, foi um mal entendido (o jogador assinou um termo circunstanciado e foi liberado, com a condição de se apresentar à Justiça para uma audiência, ainda sem data marcada).
Após o episódio, você se referiu aos últimos acontecimentos da sua vida pessoal e profissional, acusando algumas pessoas de mentirem sobre você. O que isso quer dizer exatamente?
Saíram algumas reportagens mentirosas, não vou falar quem fez para não expor ninguém. Mas alguns tiveram conduta inapropriada comigo. Em relação à doença, fui exposto em um momento que não era para ser. Um repórter me expôs, e estou até com algumas ações para mover na Justiça. O São Paulo me preservou sempre, não tenho nada do que reclamar em relação ao clube.
Já recebeu convites de clubes para dar prosseguimento à carreira?
Eu não posso falar quais equipes me procuraram, já que estão em competição. Uma equipe do Nordeste quis que eu fosse nesta semana para aprimorar o lado físico. É uma equipe da Série A, mas não posso revelar qual. Foi o que houve de mais concreto. No mais, só algumas sondagens das séries A e B, apenas especulações. Estou tranquilo, meu planejamento é para o ano que vem, quero aproveitar a minha família no fim de ano. Desejo ir para o novo clube só para jogar bola, focado na profissão.
Depois que treinou no CT do Jacaré, houve sondagem do Brasiliense?
Treinei uma vez lá, até esperei um contato deles, já que um dos meus planos é ficar em Brasília, perto da minha família. O Brasiliense é uma grande equipe, não descarto a possibilidade, fico no aguardo do convite. Sei que, profissionalmente, não teria tanta visibilidade, mas, se houver oportunidade, seria uma boa.
O Jobson também teve problemas com drogas. Vocês conversaram sobre o assunto?
Conversamos sobre nossa recuperação. Ele vive um momento legal (o atacante foi campeão da segunda divisão do Candangão pelo Capital e jogará no Brasiliense em 2019). É um período de aprendizado. Tudo na vida pode acrescentar de alguma forma. Temos que ter humildade para aceitar o problema, mas fico feliz por ele estar bem. Ele tenta me levar para o Brasiliense (risos).
Como foi a experiência no São Paulo? O ambiente do elenco era legal? Quem eram os atletas mais próximos a você?
Experiência incrível. Imaginei chegar em um lugar cheio de medalhões com uma certa rejeição, mas foi totalmente o contrário. Os caras me receberam muito bem, até pelo que eu mostrava dentro de campo. Posso falar de atletas especiais como Diego Souza, Jucilei, Edimar e Anderson Martins… Posso enumerar vários. Falo com eles até hoje, me mandam mensagens para perguntar como estou. É o lugar que mais gostei de atuar, com o melhor grupo.
Tem algum clube que gostaria de jogar em especial?
Tive um grande sonho realizado que era jogar no São Paulo. Mas, por ser flamenguista, acho que atuar lá ainda é um sonho. Quem sabe um dia?
Quem é o seu ídolo?
Quero muito conhecer o Ronaldo Fenômeno. Estava vendo uns vídeos dele esses dias. Sou muito fã, é um ícone. Na minha posição, me identifico com o Maicon, até pelas características parecidas de força. Cafu é referência, tem nem jeito.
Entre os ex-companheiros, quais caras você mais admirava?
No Goiás, o Léo Lima era absurdo. Tinha muita qualidade técnica. No Botafogo, Carlos Alberto era um fenômeno.
Alguns atletas passaram pelo mesmo problema que você. Se espelha em alguém para se recuperar?
No futebol, há muitos jogadores que usam drogas e a gente não sabe, que os casos não se tornam públicos. Conheço atletas que usavam com certeza, mas não posso revelar. Me inspiro no Casagrande. Ele conversou comigo enquanto eu estava no São Paulo. Disse que isso é algo emocional, que a gente tem que vigiar os locais que frequenta, as amizades, e manter o foco. Senão, não consegue sair dessa.
Quais são os seus planos?
Eu costumo dizer que a pessoa é o mais importante. Preciso ter uma sequência positiva na minha vida. No São Bento, fiquei nove meses sem me desfocar, fora de festa, foram nove meses no meu auge. Fiz um Paulistão acima da média, cheguei bem ao São Paulo. Minha maior meta é conseguir uma sequência de bons hábitos de vida e também profissional. Tenho 29 anos, estou no meio para o fim da minha carreira. Tenho sonhos, tenho certeza que, a partir do ano que vem, eles começarão a se realizar.
Ainda pensa em atuar fora do país?
Sim, claro. Seria até o ideal para mim no momento. Queria dar uma saída do Brasil, mudar meu pensamento, a cultura, dar uma respirada. Deus sabe de que todas as coisas, tenho que trabalhar com o que tenho.
Se arrepende de algo na carreira?
Deveria ter aproveitado mais as minhas oportunidades, ter me cuidado e sido mais disciplinado. Com certeza teria tido outro caminho, de mais sucesso. O maior arrependimento é esse, de não ter me preservado mais.
Perfil
Nome: Régis Ribeiro de Souza
Nascimento: 3/6/1989
Local: Brasília
Posição: lateral-direito
Clubes: Legião (2007 – 2009),
CFZ-DF (2009), Goiás (2009-2010),
Guaratinguetá (2010-2011), São Bernardo (2011-2013), Marcílio Dias (2012), Paysandu (2012), Ponte Preta (2013-2014), Portuguesa (2014), Botafogo (2014-2015), Capivariano (2015), Red Bull Brasil (2015), São Bento (2016), Luverdense (2016), Guarani (2016), São Bento (2017), Bahia (2017),
São Bento (2018) e São Paulo (2018).
Principal título: Campeonato Paulista Série A2 (2011)