SELEÇÃO BRASILEIRA
Neymar recomeça caça ao Rei Pelé
Mimado por quem o preteriu na Copa de 2010, Neymar retoma, hoje, sob o comando de Dunga, a corrida alucinante pelo recorde de gols de Pelé
postado em 05/09/2014 09:54
Sexto maior artilheiro da centenária história da Seleção Brasileira, Neymar tem a chance de retomar, hoje, a alucinante perseguição a Bebeto, Zico, Romário, Ronaldo e ao Rei Pelé. Aos 22 anos e sete meses, o atacante tem 35 gols com a amarelinha. A coleção poderia ser maior se o treinador Dunga não tivesse desprezado na Copa de 2010 quem agora mima com a braçadeira de capitão. Ou, quem sabe, se o lateral Zúñiga não tirasse o craque do Mundial deste ano com uma entrada violenta nas quartas de final. Ausente na humilhação por 7 x 1 diante da Alemanha e nos 3 x 0 diante da Holanda, Neymar espera retomar às 22h, contra a Colômbia, no Sun Life Stadium, em Miami, o espetáculo do crescimento no ranking dos maiores goleadores da amarelinha em todos os tempos.
Em 23 de julho, na exibição de gala diante de Camarões, em Brasília, Neymar tornou-se o mais jovem a atingir a marca de 35 gols com a camisa da Seleção. Ele tinha 22 anos e quatro meses, um a menos do que o Pelé em 16 de abril de 1963, quando o Rei chegou a 35 bolas na rede com 22 anos e cinco meses. Precoce, Neymar tem média de 0,67 gol por partida pela Seleção principal. Se mantiver o ritmo, pode chegar à Copa de 2018 como segundo maior artilheiro da Seleção. Entre partidas oficiais e amistosos, o Brasil pode entrar em campo 50 vezes até o próximo Mundial. Vice-líder, Ronaldo tem 62.
Por enquanto, Bebeto é o próximo alvo de Neymar. Quatro gols separam o camisa 10 do parceiro de Dunga na campanha do tetra. A tendência é que a diferença caia ainda neste ano e ele passe a figurar no top 5. Além da Colômbia, hoje, e do Equador, na terça-feira, o Brasil enfrentará a Argentina e o Japão, em outubro, e Turquia e um adversário indefinido pela CBF, ambos em novembro.
No time escalado por Dunga, Neymar terá a companhia de sete companheiros do fiasco na Copa. Jeffferson, Maicon, David Luiz, Luiz Gustavo, Ramires, Oscar e Willian serão liderados por um novo capitão. Sem Thiago Silva, a expectativa era pela escolha de David Luiz, mas o treinador prefere Neymar. “Quando eu falei lá atrás que ajudaríamos o Neymar na Seleção, as pessoas disseram que eu seria prepotente em ajudar o Neymar na Seleção. Como temos uma referência, nós temos que criar um grupo forte para que o Neymar cresça como jogador, que seja referência para os mais novos. Não queremos apenas um líder. Todas as vezes que o Brasil ganhou uma Copa tinha lideranças com grande personalidade. Ele vai usar a faixa, mas precisamos de mais jogadores com essa característica no grupo, disse ontem o treinador, antes do último treino para o duelo com a Colômbia.
O drama dos 7 x 1
Sem um psicólogo na comissão técnica, Dunga assumiu, em Miami, o papel de colocar as vítimas da Alemanha no divã. “Todos sentiram muito, a ferida ainda está aberta, mas a oportunidade é nossa, foi dada pela segunda fez e temos que aproveitar da melhor maneira possível cada instante que estamos na Seleção Brasileira. Todos nós que trabalhamos com esporte fazemos o que gostamos, então, não temos que ter medo nem angústia, só prazer”, recomendou. Capitão do tetra em 1994, Dunga lembrou ao grupo que foi culpado pela eliminação nas oitavas de final da Copa de 1990, diante da Argenttina.