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Espião comanda a primeira derrota da Seleção Brasileira na Liga das Nações

Treinada por ex-auxiliar do técnico Zé Roberto, República Dominicana impõe duro revés às donas da casa, na segunda rodada do torneio, no Ginásio Nilson Nelson. Agora, Seleção busca recuperação contra a Rússia

postado em 22/05/2019 22:57 / atualizado em 24/05/2019 20:40

<i>(Foto: Minervino Junior/CB/D.A Press)</i>

Após vencer a jovem equipe chinesa na estreia da Liga das Nações, o Brasil encarou a República Dominicana, nesta quarta-feira (22/5), na prévia do duelo que se repetirá no torneio pré-olímpico, em agosto. Além de contar com um elenco de atletas mais experientes, com média de 26,6 anos, as adversárias são comandadas por um treinador brasileiro, Marcos Kwiek, que foi assistente técnico de José Roberto Guimarães na Seleção, de 2003 a 2007. O confronto no Ginásio Nilson Nelson não poupou emoção em uma dura derrota das donas da casa, por 3 sets a 1 (22/25, 20/25, 25/22 e 26/28), diante de 4.562 torcedores. 

Não era apenas o técnico da equipe dominicana quem conhecia bem o time brasileiro. As rivais caribenhas tinham como capitã a experiente Prissila Rivera, de 34 anos, que jogou no Bauru em 2015/2016, contratada justamente por Marcos Kwiek, quando ele comandou o time paulista. Bagagem que, sincronizada ao ataque da ponteira Brayelin Martinez, de 22 anos, mostrou que vai dar trabalho no Pré-Olímpico, de 2 a 4 de agosto. Brasil e República Dominicana estão no mesmo grupo, ao lado de Camarões e Azerbaijão, no torneio que vale apenas uma vaga nas Olimpíadas de Tóquio-2020.

A República Dominicana começou o jogo com tudo. Após abrir o placar, chegou a abrir quatro pontos de vantagem até o Brasil conseguiu empatar em 15 x 15.  Ainda assim, as dominicanas se mantiveram à frente. Zé Roberto, que colocou as mesmas titulares do jogo de estreia, teve de fazer mudanças ainda no primeiro set. A oposta Lorenne entrou no lugar de Paula Borgo. A primeira parcial, porém, ficou com a equipe visitante, que fechou por 25 x 22.  
 
<i>(Foto: Minervino Junior/CB/D.A Press)</i>

A sequência da partida mostrou que o confronto seria árduo. O segundo set estava equilibrado até a República Dominicana embalar quatro pontos consecutivos, levando o placar a 12 x 7. Diante da dificuldade de o Brasil virar a bola nos ataques, Zé Roberto experimentou a jovem Júlia, de 18 anos, no lugar da Amanda. Pouco depois, desfez a substituição. Paula Borgo também voltou para o posto de Lorenne. Quem se manteve regular foi Gabi.

Do outro lado, Brayelin Martinez comandava o ataque dominicano. Quando o placar marcava 20 x 14 para as visitantes, gritos de “eu acredito” ecoaram nas arquibancadas. Dentro de quadra, o Brasil até esboçou uma reação, embalada por Gabi, mas sem tempo para uma virada. A segunda parcial terminou 25 x 20 para as dominicanas. O empenho brasileiro, ao menos, trouxe a torcida de volta para o jogo.

O Brasil manteve o entusiasmo no terceiro set. Com 8 x 3 para as donas da casa no primeiro tempo técnico, a torcida relaxou a ponto de orquestrar uma ola. Enquanto os fãs tratavam de deixar as arquibancadas bonitas, a ponteira Gabi encantava dentro da quadra. Mesmo assim, as dominicanas tiraram a diferença. Ao fim da parcial, a tensão era refletida pelo 19 x 19. Mas os presentes no ginásio não se intimidaram e ovacionaram Gabi, com gritos que provavelmente eram possíveis de serem ouvidos do lado de fora. Com um bloqueio de Paula Borgo, o Brasil ganhou sobrevida ao fechar em 25 x 22. 

Apesar de voltar embalado e abrir 22 x 18, a Seleção Brasileira perdeu a vantagem. O set decisivo para o Brasil chegou ao ponto de virada com 24 x 24. Depois de três match points, a República Dominicana acabou com o jogo, ao vencer a parcial por 28 x 26. 

Bethania Cruz foi a maior pontuadora da República Dominicana, com 20 pontos. Brayelin Elizabeth Martinez marcou 18 e Jineiry Martinez, 13, evidenciando que a equipe teve uma melhor distribuição na partida, enquanto o jogo brasileiro ficou concentrado em Gabi. A capitã brasileira somou sozinha 29 pontos, seguida por Paula Borgo, com 12, e Mara, com oito. 

<i>(Foto: Minervino Junior/CB/D.A Press)</i>

 
“Conhecer não só o Zé Roberto, que dispensa comentários, mas também saber a forma como o Brasil joga ajuda muito a construir a estratégia. Mas, por mais que eu passe a informação, as jogadoras têm de assimilar e corresponder na quadra. Tenho muito mais informação do Brasil do que de qualquer outro time, então, facilita”
Marcos Kwiek, técnico da República Dominicana  
 
“Elas melhoraram no saque e o nosso diferencial é o volume de jogo, a recepção e a velocidade. Elas neutralizaram isso. Ficou nítido que nosso jogo ficou mais lento, com bolas mais altas, gerando dificuldade”   
Gabi Guimarães, ponteira brasileira
 

Programe-se

Liga das Nações
3ª rodada
Quinta-feira (23/5)
17h China x República Dominicana
20h Brasil x Rússia
 
Local: Ginásio Nilson Nelson 
Ingressos: de R$ 30 a R$ 50 
 

Resultados 

1ª rodada
Terça-feira (21/5) 
República Dominicana 3 x 1 Rússia
(25/21, 22/25, 25/18, 28/26) 
Brasil 3 x 0 China
(25/15, 25/21 e 25/21)  
 
2ª rodada
China 1 x 3 Rússia
(22/25, 25/16, 16/25, 23/25)
Brasil 1 x 3 República Dominicana
(22/25, 20/25, 25/22, 26/28)